24.4.06


“Gostava de escrever um livro.”
“Eu também.”
Entre dúvidas sobre se seríamos capazes ou não, lá nos decidimos, que isto às vezes só lá vai com estímulos exteriores.
Não evitamos pensar que a Margarida Rebelo Pinto, provavelmente, começou por pensar que gostaria de escrever um livro e deu no que deu. Mas que importa? Tentemos, pois então.
O primeiro problema parece comum às duas: tudo o que nos sai da pena sai profundamente escuro e tende a acabar em trágicas mortes.
A resolução também foi comum: tentaremos que este seja uma excepção à regra que, contra nossa vontade, se instaurou.
Seremos capazes?, duvidámos. Tentaremos, acabámos por decidir.
Dois projectos, foi então o que nos surgiu pela frente. Um em comum, por brincadeira, as 15 linhas, outro no recato que é a solidão de cada uma de nós.
Este blog será então o retrato desse segundo projecto, a tentativa de escrevermos um livro, de nos levarmos a sério, de nos concentrarmos em algo mais do que a vacuidade dos dias e das noites.
Cada uma de nós irá sentar-se em frente à folha de texto em branco, estalará os nós dos dedos e começará a teclar. Cada uma a seu modo. Com avanços, recuos, brancas, medos, não importa. Cada uma de nós irá finalmente pôr-se à prova.
O percurso e os eventuais resultados serão aqui expostos e com isso não deixamos de ser duas aprendizes, duas pessoas em busca de uma tábua onde, ainda que por escasso tempo, encontraremos alguma espécie de salvação.
Dizem que começar é o mais difícil.

Nat

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mil folhas



Antes das mil, a folha em branco. A angústia de que se fala. Ou não. Palavra a palavra, página a página, um capítulo depois do outro. Até chegar ao fim.